sábado, 29 de outubro de 2011

Carros Velhos e classicos - Del Rey

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Ford Del Rey: nível de sofisticação incomum nos anos 80
Em 1981, a Ford resolveu reformular seu conceito de carro de luxo. Nesse ano, a marca lançou o Del Rey, modelo requintado que, aos poucos, foi assumindo o lugar do grandalhão Landau, o maior carro de passeio produzido no País. Verdade que eram completamente diferentes, a começar pelas dimensões e pela mecânica, mas eram similares quando o assunto era requinte. E isso o novo sedã tinha de sobra para a época.
O modelo, descendente direto da linha Corcel II, nasceu já como versão 1982 nas opções “Prata” e Ouro, de duas ou quatro portas. Topo de linha, o Del Rey Ouro foi testado por Autoesporte à época de seu lançamento. Os primeiros comentários já foram elogiosos. “Há poucos anos, difícil seria imaginar que um fabricante qualquer iria colocar tanto luxo e requinte em equipamento à disposição de um comprador de carros pequenos e econômicos. Para poder desfrutar dessa sofisticação, tínhamos que arcar com o ônus dos gastos excessivos com combustível aliado à ociosidade de espaço e tamanho. Sinal de novos tempos? Talvez.”
Além disso, o desenho elegante da carroceria também mereceu comentários positivos, exceto pelo estilo da dianteira, que, apesar das diferenças, fazia o novo modelo parecer apenas um “Corcel de smoking”. Mas os itens de segurança e conforto compensavam com folga esse inconveniente. Travas e vidros com acionamento elétrico, além de travas para crianças nas portas traseiras, por exemplo, eram coisas que não se via nos modelos nacionais da época.
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Derivado do Corcel II, o sedã veio para sunstituir o luxuoso Landau com a vantagem de ser mais compacto e econômico 
Outro requinte era o comando interno para o retrovisor esquerdo – apesar do luxo, o modelo não oferecia retrovisor ao lado direito. A versão Ouro trazia ainda um relógio eletrônico com calendário e cronógrafo no teto, entre os para-sóis, além de luzes de leitura individuais para quem se acomodava na frente e no banco traseiro. Painel completo, ar-condicionado e rádio toca-fitas, com um nicho porta-fitas no console central, também equipavam a versão.
Em relação ao comportamento, o novo Ford, equipado com motor 1.6 a gasolina se mostrava melhor quando comparado ao Corcel II. “As alterações nas suspensões dianteira e traseira deixaram o carro menos ‘navegante’ em curvas de raio constante, mas não eliminaram totalmente essa desconfortável característica. A nova carburação e o novo coletor de admissão, junto a uma nova relação de diferencial, conferiram ao Del Rey um bom equilíbrio de desempenho, aliado a um gasto de combustível que pode ser considerado bem modesto, se considerado o luxo que o automóvel oferece”, dizia o texto do teste do carro na época do lançamento.

A evolução
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Interior caprichado tinha tecido de primeira linha, vários equipamentos e painel completo com iluminação indireta
Não demorou muito para o modelo começar a oferecer outras novidades, como o motor movido a álcool e a transmissão automática com controle eletrônico, algo inédito em nosso mercado, a partir de 1983. No mesmo ano a Ford lançava a perua Del Rey Scala, com o mesmo padrão de acabamento do sedã, mas com carroceria apenas de duas portas.
A partir de 1985 a linha passou pela primeira grande reformulação. Além da reestilização, a família saía de fábrica com o motor CHT – utilizado no Escort – e os nomes das versões mudavam para GLX e Ghia, com opções de duas ou quatro portas. O modelo também passou a oferecer direção hidráulica, item indispensável em um modelo tão luxuoso. Com a saída de linha do Corcel, em 1986, a linha 1987 do Del Rey ganhou a simplificada versão L, opção que passou a ser a mais barata.
Dois anos depois e o modelo da marca norte-americana ganha o motor AP 1.800, da Volkswagen, resultado da fusão entre elas, que deu origem à Autolatina. O novo câmbio de cinco marchas também foi herdado da montadora de origem alemã. Com esse conjunto mecânico bem mais moderno, o sedã passava a oferecer desempenho bem mais atraente. Apesar desse último esforço, o modelo já não tinha forças para atrair um grande número de consumidores. Em 1991, sua produção foi encerrada, dando lugar ao novo Versailles, a versão da Ford para o Santana.

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