O Churrasco tornou-se a principal diversão dos brasileiros nos finais de semana e feriados. Atinge a todas as classes sociais. Veja este estudo que define as características dos dois tipos principais deste divertimento:
o rico e o pobre.
TRAJE FEMININO DE RICO - Calça cigarrete da Zara, bolsa Louis Vuiton,
blusinha básica da Guaraná Brasil ou branquinha da Siberian e aquele óculos
Giorgio Armani original. Sempre chega sozinha no seu carro, é claro.
TRAJE FEMININO DE POBRE - Mini-saia curtíssima, blusinha C&A e chinelo ou
tamanco. Chega de carona ou busão.
TRAJE MASCULINO DE RICO - Bermuda Hugo Boss, camiseta da Brooksfield,óculos Spy x Spy e, claro, aquela caminhonete!
TRAJE MASCULINO DE POBRE - Chinelão Rider, bermuda de uma calça jeans
cortada (com barriga saindo para fora), camiseta do time de coração jogada
nas costas), óculos azulão ou prateado do camelô (R$ 5,00, mas a lente protege dos raios UVA e UVB!) ou bermuda de nylon, sem camisa e descalço.
COMIDA DE RICO - Normalmente eles não comem e, quando comem, é pouco de
cada coisa: arroz com brócolis, farofa de frutas, filé, picanha, muzzarella de búfala, etc., sendo cada comida a um tempo diferente e pausadamente. É comum também encontrar uma mesa de frios e outros petitt fours.
COMIDA DE POBRE - Vinagrete (tomatão e cebola cortados em pedaços), farofa de saquinho,salada de maionese, muita asa de frango (com as pontinhas queimadas) e lingüiça Frimesa (aquela que vive em promoção!) no pão. Outra opção de carne seria a tradicional ponta de agulha (que o cara do açougue chama de costela e o tonto acredita!) escorrendo óleo e fraldinha ou paleta de promoção.
BEBIDA DE RICO - Os homens bebem Chopp da Brahma ou Cerveja Heineken
geladíssima (no mínimo uma Bohemia) e, eventualmente, uma dose de Buchanans.
As mulheres bebem água tônica Citrus Schweppes ou Evian e refrigerante diet lemon.
BEBIDA DE POBRE - Cerveja Belco ou Kaiser (a que tiver em promoção no dia) geladas no tanque de lavar roupa (quem fica tonto primeiro bebe, intercalado, água da torneira e depois diz que é para “rebater” o pileque), Baré Cola ou Guaraná Sarandi. Não pode faltar a tradicional caninha da roça (que o primo ou o tio trouxeram da viagem para Minas e o cara fica dizendo: “Experimenta, é fraquinha!”) com limão.
PRATOS E COPOS DE RICO - Normalmente beliscam uma picanha ou filé servido
em prato branco liso de porcelana, Kani (carne de siri), queijos variados e para acompanhar um bom vinho de safra em taças apropriadas (de cristal).
PRATOS E COPOS DE POBRE - Não há petiscos (e fica todo mundo em cima do
churrasqueiro perguntando: “Já tem alguma coisinha pronta?. É pro meu filho!”). Servem-se nos tradicionais pratinhos de plástico ou papelão (que sobraram do aniversário de alguém) e repetem a comida toda hora que não existe fila. A bebida é servida no copinho de plástico (compra-se o nº exato de convidados, depois cada um lava o que encontrar caído no chão) ou para os VIPs (familiares mais ricos, compadres ou algum cabo da PM, Corpo de Bombeiros ou Escrivão da Polícia Civil) aquele de requeijão ou geléia.
MÚSICA DE RICO - Jorge Vercilo, Marisa Monte, Maria Rita, etc… Até mesmo Lounge Music e Jazz. Pode ser que seja contratado um grupo que toca chorinho, mas só músicos formados em faculdade específica.
MÚSICA DE POBRE - Aquele pagodão de cair o suor: Zeca Pagodinho e Jorge
Aragão são os reis. Lógico que tudo CD pirata (4 unidadi por déi real, o da mídia azul!). O importante é tirar a galera do chão. Depois de umas 3 horas de churrasco todos já estão dançando, independentemente da música que está tocando e das idades ou credos. Também é organizado após as 3 horas, o batuque nas panelas, mesas, latões ou quaisquer objetos disponíveis (músicas do Almir Guineto e sambas-enredo do passado: “Lembra dessa?”). A mulherada tira a sandália (porque não estão acostumadas com o uso delas) e botam a poeira para subir.
CHURRASQUEIRO DE RICO - Contratado e devidamente uniformizado;
normalmente trabalha na Fogo de Chão ou em algum Buffet e traz consigo a
equipe que serve os convidados.
CHURRASQUEIRO DE POBRE - Amigo de um conhecido que diz que adora fazer
churrasco. Só que conforme ele bebe, larga a churrasqueira. Aí, cada hora um
fica um pouquinho na churrasqueira. Normalmente é um cara barrigudo que fica
suando com um pano qualquer na mão (que ele usa para enxugar o suor, para
limpar as mãos e para qualquer outra coisa que ele precisar). Adora ficar jogando cerveja na brasa para mostrar fartura.
O LOCAL DE RICO - Área coberta (ao lado da piscina, que ninguém se habilita a usar) com piso de granito. Existem mesinhas (com guarda-sóis) e cadeiras para todo mundo. Banheiros e vestiários exatamente ao lado do local e ajudantes que os limpam após cada uso.
O LOCAL DE POBRE - Local aberto (normalmente na laje, o sol quente na cabeça ou vem a chuva para apagar o fogo. Aí, então, é improvisada a cobertura de lona -toda furada- somente para a churrasqueira). 3 cadeiras (daquelas de ferro, que tem em botecos) para quem chegar mais cedo (estes cedem o lugar para os idosos, grávidas ou para os convidados VIPs (o policial, lembra?). Uma mesinha (também destas de boteco) onde é socado de tudo: bolsa das mulheres, a salada, a carne, os brinquedos das crianças, a blusa que foi tirada, a farofa (de saquinho!), a chave do portão da entrada (que tem que ficar procurando toda vez que chega um convidado), etc. Os demais ficam em pé (perto da churrasqueira, porque ninguém é bobo!)
esbarrando uns nos outros e pisando no seu pé. Mas não tem problema, porque
normalmente a esta altura já está todo mundo descalço. Banheiro? Só tem um na casa, que fica a uns duzentos degraus para baixo. E conforme o horário passa, entope tudo!
O FINAL DE RICO - Em menos de 3 horas, cada pessoa pega seu automóvel e
vai embora. Todos saem em momentos diferentes para que o dono do churrasco
possa fazer os agradecimentos.
O FINAL DE POBRE - Depois que todo mundo está bêbado (lá pelas dez da noite) o dono da casa bate palmas pra chamar a atenção e diz: “Pessoal a festa acabou, porque eu tenho que trabalhar cedo amanhã”. Aí o pessoal ainda quer fazer vaquinha para comprar mais uma caixa de cerveja (a saideira) e requentar pela 18ª vez aquela sobra de carne que está na assadeira desde às 3 da tarde. Quem não tem carro pega carona (ou vai de buzão mesmo). Isso sem contar os que precisam curar o porre estabacados num sofá ou pelo chão mesmo, antes de pensar em ir embora. E tem aqueles que pedem se podem levar um pedaço da melancia que está em cima da mesa (aquela única mesa, lembra?).
O pessoal de carro liga o som alto (pagode ou rap, é claro!) e sai buzinando, cantando o pneu do carro (um Chevetão, um Opalão ou um Corcel II, rebaixados e filmados, é claro!), totalmente bêbado, sorrindo e gritando: “Valeu, maluco!!! Caraca, esta festa foi déiz.
Uhuh!”
Dica do Marcio
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